segunda-feira, junho 27, 2005

Seja compativel

Uma das características mais marcantes de produtos de TI bem sucedidos, como em muitas areas e diferente de tantas outras, é que eles trazem um grande diferencial de qualidade em relação aos concorrentes. Claro, depois de certo tempo a tendência é que a concorrência aperte o cerco. Mas, por algum período, cada vez menor, diga-se de passagem, o produto inovador tende a dominar sozinho o mercado. Outro fator bastante importante para o sucesso de um produto de tecnologia da informação é a compatibilidade com produtos de terceiros, geralmente tão competitivos quanto. Alias, compatibilidade é algo que movimenta qualquer setor. Carros agora não são compatíveis apenas com a gasolina, o que aquece o mercado de Álcool e, se eu parar para pensar melhor, creio que chegarei à conclusão de que convergência digital tem futuro justamente por criar compatibilidades: entre a TV e o computador, entre o telefone e o computador, entre o telefone e o cartão de crédito, entre o controle remoto e o abridor de latas, entre a bohemia e corações de galinha bem temperados.

Mas antes que eu elocumbre demais em torno de convergência, deixe-me voltar para o propósito real desse post: a compatibilidade com terceiros garante maior competitividade. Apesar de não ser um conceito novo, parece-me que apenas agora a comunidade open source se deu conta realmente disso e a ideia tem se tornado algo bem mais comum. Assim que cada vez mais frameworks de A trabalham fácil com os de B, C, D e E. E não é apenas uma característica de reuso, é algo além disso. É a compatibilidade pensada antes para aproveitar a popularidade alheia a fim de ganhar competitividade. No mundo Java, não posso deixar de citar o Spring, que surgiu com suporte ao Hibernate, iBatis, Velocity, e por aí vai. Não dá para deixar de citar também o WebWork, prontinho para se aconchegar ao Hibernate, também, Jasper, FreeMarker, Pico e, ora vejam só, Spring. Cada vez mais frameworks seguem esse caminho. Até Java por si só nasceu assim: run anywhere. Quer compatibilidade maior?

Fora isso, vale citar a movimentação do mercado em torno de se permitir funcionar no Linux, MacOS, FreeBSD e não apenas no Windows. Só para lembrar, compatibilidade foi o que fez o Windows ir além dos Mac OS da vida, ao menos quando o assunto é mercado. Abrir as APIs e deixar que os fabricantes de softwares fizessem, mais fácil e rapidamente, programas Windows, foi crucial. Agora, um pouco do esforço, proporcional a sua popularidade, se volta para o Linux. O problema é que, aparentemente, a historia do Linux caminha no sentido oposto, o de criar tantas distribuições a ponto de criar incompatibilidades. Tomara que o "pai" do software livre aprenda algo que "filhos" que estão nascendo sabem de cor. E agora o outro lado da moeda. Criar incompatibilidades para promover inovação. Não exatamente isso, mas, pense bem, para que diacho adotar um padrão se ele simplesmente não é bom? Não faz sentido e as grandes empresas perceberam isso e tomaram atitudes de criar comitês, laboratórios ou projetos comuns para desenvolver padrões de acordo com o mercado que nem sempre segue as regras definidas pelo W3C, só para exemplificar.

Um fato talvez não tão claro a primeira vista é que, geralmente, vc precisa ser uma empresa com uma boa, mas muito boa mesmo, fatia do mercado para criar uma incompatibilidade. Por exemplo, a Microsoft lançou o Windows XP e ele simplesmente era incompativel com muitos produtos, em especial hardware ainda presentes no mercado. Muitos usuarios reclamaram, entretanto, ninguem duvida que o Windows XP é hoje o sistema operacional desktop mais usado e se duvida, deve ser por picuinha. Fora a movimentação de mercado dos fabricantes de hardware e software para se adequarem ao novo modelo e se manterem compativeis com um produto de sucesso. Enfim, a Microsoft podia se dar ao luxo de fazer algo assim porque está acima no mercado, pode ditar regras, mesmo que pareçam arbitrarias. Agora, tome o caso da AMD, porque o chip de 64bits não emplacou tão rapidamente quanto o XP? Se eu desconsiderar as diferenças entre um processador e um sistema operacional, simples, a lider de mercado, com boa folga, é outra empresa, a Intel e AMD se vê em uma curva S de adoção que sequer pode chegar ao fim. A Intel como boa conhecedora já aposta em outros aspectos ligados a convergencia digital e compatibilidade com terceiros, vide novo acordo com a Apple.

valeuz...

1 Comentarios:

Anonymous Anônimo disse...

Parabens pelo post Marcos...

Agora não mto ligado à isso, e sim a minha saida do JF, queria te agradecer imensamente por tudo que vc sempre fez e me ajudou... Você sim foi um verdadeiro amigo!

Valeu cara! Tudo de bom, mto sucesso, e cuidado na hora de tentar aplicar novas soluções para antigos problemas, ok!?

Um abração!

4:21 PM  

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